terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Ah não tenho pão!

Fato inusitado aconteceu no penúltimo dia do ano de 2007 quando me encaminhava para o parque da Redenção aqui em Porto Alegre junto com minha amiga Meriam.
Não sou consumidora de carne e ganhei um daqueles presuntos bolinha.
Assei e levei junto comigo todo fatiado, bem feitinho. Penso que aquilo que damos à alguém
deve ser um presente.
Durante todo o trajeto até a Redenção procurei pelos moradores de rua, que em dias normais,
lotam o caminho, ninguém apareceu. Será que fizeram feriado?
Chegando ao Parque encontramos uma moradora de rua ou do Parque não sei dizer, perguntei à ela se eu poderia dar-lhe o tal presunto - olhou-me com cara de poucos amigos e disse: "Eu não quero isso ai" (será que é porque pensam que tudo o que lhe é dado é estragado ou ruim?).
Depois, vimos um catador de latinhas. Chamei-o, fiz a mesma pergunta ele olhou com cara de desconfiado e disse: "Ah não, não quero, não tenho pão para comer com isso".
Eu e minha amiga ficamos nos olhando como que não acreditando no que víamos.
Quase desisti da minha boa ação, quando um rapaz nos abordou pedindo dinheiro e dizendo que não sabia como faria para ter uma boa festa de ano novo com a família, perguntei se ele queria o presunto, já com receio de que o tal fosse novamante rejeitado.
Ainda bem que encontramos alguém com fome realmente, pois a pobre criatura consumiu tudo ali.
Fiquei a me perguntar: Será que os moradores de rua realmente passam fome? Será quer não estão acostumados a receberem algo de qualidade? Ou será que estão virando vegetarianos? O que não seria uma má idéia!!! Sinal dos tempos!!!!!!